Com a chegada da estação mais quente do ano, os casos de intoxicação alimentar tendem a aumentar. Nas praias, por exemplo, onde as pessoas buscam se refrescar, a atenção com o que se come deve ser redobrada. As altas temperaturas propiciam a proliferação de microrganismos, tornando vital prevenir o consumo de alimentos contaminados.
A higiene na preparação, armazenamento e no local onde os alimentos são servidos é crucial, assim como a procedência da água consumida. Optar por produtos lacrados e bem higienizados é sempre recomendado.
Cuidado com a intoxicação alimentar no verão
Prefira alimentos cozidos e assados
De acordo com a Dra. Maira Marzinotto, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a escolha por alimentos cozidos e assados é preferível, já que a maioria das bactérias não sobrevive a altas temperaturas.
Evite alimentos crus, como ostras e mariscos, e também evite saladas de maionese, pois estas podem estragar rapidamente na praia. A Dra. Maira orienta sobre a importância de verificar prazos de validade, embalagens danificadas e a limpeza de latas antes do consumo.
Virose, gastroenterite bacteriana e intoxicação alimentar
A Dra. Maira destaca as diferenças entre virose, gastroenterite bacteriana e intoxicação alimentar. A virose, causada por vírus, e a gastroenterite bacteriana, proveniente de água ou verduras contaminadas, apresentam principalmente sintomas como diarreia e vômitos.
Já a intoxicação alimentar, relacionada a alimentos deteriorados pelo calor, ocorre pela ingestão de toxinas ou agrotóxicos, sendo assim mais precoce e de duração mais curta. A especialista alerta sobre a importância de buscar ajuda médica diante de sintomas persistentes ou intensos.
Quando é necessário consultar um médico?
Quando começar a sentir-se mal, é crucial aumentar a ingestão de água e descansar. A desidratação representa uma complicação potencial em qualquer um dos cenários. Se os sintomas forem leves e não persistirem por mais de três dias, é provável que esteja lidando com um quadro simples.
No entanto, se surgirem desconfortos significativos, como febre (superior a 38.8ºC em adultos ou 38.3ºC em crianças), presença de sangue nas fezes, diarreia persistente por mais de três dias, fraqueza, sede intensa e vômitos incontroláveis, é crucial procurar a orientação de um especialista e evitar a automedicação, conforme enfatizado pela especialista.
Alimentos saudáveis e menor risco de contaminação
Recomenda-se o consumo de opções de alimentos cozidos, como milho verde, na praia, devido ao menor risco de contaminação. Sanduíches leves, preparados em casa, com recheios como pasta de ricota, frango desfiado ou atum, por exemplo, são alternativas saudáveis.
Frutas resistentes ao calor, como banana e maçã, acompanham você na praia, desde que armazenadas corretamente. A Dra. Maira sugere opções práticas, como frutas secas e oleaginosas, e destaca a água de coco como uma excelente escolha para manter a hidratação no verão.
Atenção ao gelo e dicas finais
A Dra. Maira Marzinotto alerta sobre a segurança do gelo industrializado, que segue padrões de qualidade estabelecidos pela legislação sanitária. A contaminação do gelo pode ocorrer por diferentes vias, como água de má qualidade ou manipulação em condições inadequadas.
Por fim, recomenda-se atenção redobrada ao gelo comercializado em pacotes, verificando a procedência e qualidade. A especialista enfatiza a importância de produzir gelo em casa com cuidado e higiene.
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