Por: Cristina Faganello
O começo do ano costuma ser marcado pela criação de metas pessoais. Boa parte dessas novas resoluções incluem a busca por saudabilidade, hábitos mais saudáveis e uma dieta que acompanhe. Se podemos indicar uma tendência para 2025 é esta: vamos consolidar novos perfis de consumo com base nos hábitos que resgatamos ou mesmo criamos depois do isolamento social.
De acordo com especialistas do nosso setor, a alimentação ao ar livre deve ganhar novo fôlego este ano. Dessa forma, com mais interação em ambientes abertos e novos espaços comerciais para refeições a dois, pequenos grupos ou mesmo sozinho.
Esse comportamento é reflexo de uma busca que temos observado nos nossos consumidores. Ou seja, um ritmo de vida um pouco menos frenético, maior apreço pela refeição e pela qualidade dos ingredientes. Esse mesmo consumidor tem buscado se alimentar de forma mais consciente. Aliás, busca alimentos que tenham um impacto positivo na sua saúde e bem-estar, tanto física quanto mental.
Escuta ativa e inovação para atender consumidores
Nos últimos três anos, ouvimos na Cargill muitos feedbacks positivos que reforçam essa tendência, especialmente quando lançamos produtos voltados à saudabilidade. Assim como o chocolate Genuine Dark, feito com 65% cacau, o chocolate Genuine Zero sem adição de açúcares, o adoçante Truvia à base de Stevia e a nova versão do nosso extrato Elefante, preparado com apenas tomates.
Essa escuta ativa sobre o que os consumidores têm a dizer é uma decisão de negócio e envolve nosso time como um todo, desde o Serviço de Atendimento ao Consumidor até o Centro de Inovação, que testa ingredientes, novas formulações, receitas inovadoras… É um compromisso diário, mas não quer dizer que seja tarefa fácil.
Durante o ano passado, comprovamos algumas tendências que já vinham sendo desenhadas no pós-pandemia. Nossa pesquisa TrendTraker, por exemplo, revelou que um número cada vez maior de consumidores espera que alimentos e bebidas ofereçam mais do que apenas nutrição. Eles buscam benefícios para a saúde, como melhor digestão, saúde cerebral, imunidade, sistema cardiovascular, entre outros.
Aliás, os consumidores estão procurando alimentos que ajudem a alcançar objetivos funcionais, como hidratação (36% das respostas da Innova Health & Nutrition Survey no Brasil e no México), desintoxicação (21%), melhora do sono (19%), ganho de massa muscular (12%) e aumento de energia (11%).
Saudabilidade: desafios e tendências na indústria alimentícia
Temos observado muitos lançamentos de produtos voltados para a nutrição esportiva no Brasil. Além disso, esse mercado deve crescer a uma taxa aproximada de 12% ao ano nos próximos anos. Também é importante destacar que a população brasileira está envelhecendo. Nossa pirâmide demográfica tem se expandido nas faixas etárias acima de 65 anos. O que indica, portanto, que a nutrição especializada para idosos ganhará cada vez mais relevância no futuro.
A indústria de alimentos, especialmente no Brasil, passou por muitas mudanças na última década. Novas exigências sobre a rotulagem de produtos, maior transparência sobre as formulações, foco em saudabilidade, embalagens mais sustentáveis, redução de gases de efeito estufa e logística em um país tão gigantesco são apenas alguns desses desafios.
O maior deles talvez seja: acompanhar o ritmo de um mundo em transformação. Absorver tendências e novos comportamentos pode ser um risco adicional para os negócios, por isso vai ser primordial saber diferenciar o que é transitório do que é uma mudança real.
Agricultores, pecuaristas, fabricantes de alimentos, varejistas e restaurantes: estamos unidos em busca de maneiras inovadoras de produzir alimentos com foco em saudabilidade e sustentabilidade, transportar esses produtos com mais eficiência e nutrir famílias ao redor do mundo. É estimado que mais 500 milhões de pessoas se juntem a nós até 2050, e o sistema alimentar precisará acompanhar esse ritmo de crescimento.
Cristina Faganello é diretora geral par food da Cargill no Brasil e Argentina.
“Todas as informações e opiniões contidas neste artigo são de total responsabilidade de seu autor e não expressam, necessariamente, as posições do Gastronomia.com.br.”
Créditos – Destaque: Divulgação